1 - Fale um pouco sobre a sua carreira musical pra quem não conhece seu trabalho.
Comecei no final dos anos 70, no início dos 80 tínhamos uma dupla folk chamada "Zepelin e Nélio", eu e o Marquinhos, que é irmão do Reinaldo Godinho (importante compositor e cantor paranaense). Uma música que gravamos, chamada "cowboy americano", tocava direto no programa que o Maki Maru tinha na Rádio Iguaçu (a rádio era uma das líderes de audiência em Curitiba, ficou no ar por trinta e um anos e desde 1968 era parte do grupo do empresário Paulo Pimentel. Foi fechada em 27 de maio de 1977 pela Ditadura Militar por ordens do então Presidente da República Ernesto Geisel, sem qualquer justificativa).
Em 82 formei o "Grupo Dharma", que tinha uma pegada mais prog (progressiva). Como guitarrista acompanhei, alguns artistas locais e também fui baixista de baile. Em seguida formamos o "Sinal Verde" e a "Primata Embriagae", que mais tarde viraria "Opinião Pública" (importante banda de Curitiba no início dos anos 80). Em 85, conheci o Guilherme Schwartz que dirigia o Grupo Teatral "Vó Célia", que logo viraria MDLUX e ao longo da década fizemos espetáculos que misturavam teatro com rock, uma loucura!
Em 1987 formei "A flor da pele" que durou dois anos, até aqui tudo autoral! Em 89 reencontrei o pessoal do "Sinal Verde", mas já como "Os Ilegais" e mergulhamos no circuito de bares de Curitiba e cidades vizinhas. No final dos 90 saí de cena e fui me graduar em Pedagogia pela UFPR, tenho especialização em "Saúde Mental" e já trabalho na área há quinze anos. De 2000 em diante, mergulhamos novamente no mundo cover com grupos como "Alta Fidelidade", "Combo" e "Os Ilegais", mas sempre dando um jeito de tocar nossas autorais no meio.
2 - Você acaba de lançar seu primeiro disco solo, como foi o processo de composição e gravação do disco?
O processo de gravação foi longo, mas valeu a pena porque havia essa liberdade e eu explorei ao máximo as possibilidades de cada faixa. Inicialmente escolhi treze músicas, de várias fases. De cara "limei" duas e acabei acrescentando um tema que compus depois de começar as gravações, mas que resolvi incluir para "fechar" o álbum.
3 - E suas influências musicais? Comente um pouco sobre elas.
Penso que tudo que a gente ouve e gosta pode ser uma influência, mas não necessariamente. É claro, vivi a explosão da beatlemania, jovem guarda, os festivais de mpb, enfim, tudo que podia absorver pelo rádio e a tv na época. Depois explorei ao máximo tudo o que rolou nos 70 e 80. Acompanhei de perto o surgimento e o auge de bandas que são pilares do rock até hoje, mas não parei ou me fixei em nenhum período específico. Procuro estar atento a tudo que surge de novo, gosto de diversidade, sem me ater a nenhum gênero. Esse meu primeiro álbum tem elementos de rock, pop, reggae, jazz rock, mpb, tem até uma bossa psicodélica! (risos)
4 - Certa vez você me disse que o SIR - Laboratório (lendário estúdio de gravação de Curitiba) era uma espécie de Abbey Road aqui na capital. Como era a cena musical curitibana da época?
O SIR era um sonho pra qualquer músico na época, sabíamos que ali era possível gravar discos, mas era tão inatingível quanto abbey road, por isso fiz essa relação. Quem gravava lá era o pessoal oriundo das bandas de baile e da mpb, mas a grande banda da minha infância / adolescência foi "A Chave" (banda de rock mais importante do Paraná nos anos 70).
5 - E os planos para o futuro? Novos projetos na manga?
No final do ano passado, fizemos um super show de lançamento no Teatro Fernanda Montenegro. Eu precisava de uma banda grande (dez músicos) pra fazer jus ao conteúdo do álbum. Pretendo continuar com as gigs (gíria de músicos norte - americanos para "cachê" ) pra divulgar esse trabalho, mas já estou pensando no próximo, talvez algo em vinil, ainda não sei direito. Estou compondo coisas novas, buscando parceiros e abrindo para os membros da banda também.
Nélio Waldy (ao centro) e sua big band de dez músicos.
6 - Nelinho fique à vontade pra fazer suas últimas considerações, deixar contatos, agenda de shows, redes sociais e o que mais achar necessário.
O álbum está disponível em todas as plataformas digitais. Contatos para shows ou adquirir o CD:
fone: (41) 99732 - 8957; email: Neliowaldy@gmail.com; redes sociais: facebook e instagram - Nelio Waldy. Super agradeço a oportunidade! Paz, amor e um abração em sol maior para todos!
Ouça a faixa "Gosto de Você" do primeiro álbum solo desse grande músico curitibano.
Sonzeiraço!!! Legítimo rock Curitibano...Habemus Nelius 😊
ResponderExcluirObrigada! <3
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