adri neves - programadora e locutora da rádio mundo livre fm
no brasil, as editoras são como clubes de futebol profissional, os escritores seriam os atletas, no entanto, você sabe, existem vários tipos de jogadores e é bem complicado conseguir contrato com um clube profissional, independente da divisão que ele esteja. as editoras podem te contratar, mas envolve uma série de questões que não vou expor aqui, por preguiça mesmo.
mas quero registrar que em 2003 fiz o que qualquer escritora iniciante faria, enviei para uma grande editora os originais do meu primeiro livro. fui recusada, educadamente, através de um e-mail, que guardo até hoje. o livro nunca foi publicado. a partir dali, soube que se quisesse ter um livro publicado, teria que ser por conta própria.
em 2016, quando publiquei meu segundo livro - "todas as entrevistas da lado a discos", a primeira coisa que pensei foi colocá-lo à venda numa livraria, foi quando soube que necessitava do ISBN. algumas livrarias oferecem esse serviço ao autor, mas cobram por isso, então, pensei: paguei tudo, design, editoração, impressão, só não paguei a revisão, por que inviabilizaria o projeto (eu mesma fiz) e ainda tenho que pagar para vender? deixa que eu mesma vendo! e depois, seria somente o status de ter um livro à venda numa grande livraria, por que elas pegariam em consignação, apenas um ou dois exemplares.
trezentos exemplares pode parecer pouco, mas é muito, principalmente se você é independente, ou seja, sem editora. eu imprimiria menos, mas as gráficas, em geral, não rodam poucos exemplares. outra questão que interfere, é que, quanto menos exemplares você imprime, mais caro fica. a diferença entre cem e trezentos exemplares era mínima, então, optei por trezentos.
assim que as vendas começaram notei outra questão, o preço. não poderia vender meu livro por um valor acima do mercado, o consumidor não entende, que você é independente, logo, não haveria lucro. pensei: preciso, ao menos, retirar o dinheiro investido. eu tinha uma lista de potenciais clientes e comecei as vendas, um a um. além das vendas no varejo, pensei numa estratégia atacadista, ofereci exemplares de cortesia para universidades e colégios públicos, mas não fui bem recebida. soube ali, que conseguir espaço para falar do meu trabalho, em qualquer lugar que fosse, não era tão simples e resolvi ficar apenas com o varejo.
as coisas pioraram, notei com o passar dos primeiros meses que não conseguiria repor sequer o dinheiro investido. não queria que o meu livro encalhasse, precisava escoar a impressão de um jeito ou de outro, foi aí que descobri que trezentos exemplares era muito. meu objetivo dali pra frente seria dar fim ao estoque, ficando somente com a reserva técnica. as cortesias aumentaram, mas havia sempre uma venda ou outra, a maioria pelo messenger. próximo de completar quatro anos do lançamento (que ocorreu em setembro de 2016), o estoque chega ao fim.
os ganhos foram maiores em marketing e sedimentação da marca, nesse período fui convidada para quatro entrevistas para falar do livro, três em rádio e uma no you tube. são elas: para margot brasil (rádio mundo livre - fm) em 05. dez. 16; para neri da rosa (mutante rádio - web) em 05. fev. 17; para juana dobro (rádio cultura - am) em 29.jan. 20 e para titânia trentin (O+ produções - vídeo) 02.fev. 20.
chego ao fim do processo de vendas realizada. quero deixar meus agradecimentos a todos que compraram, divulgaram, deram feedback e me convidaram para falar sobre o meu trabalho nos meios de comunicação. sou uma menina simples, escrever e publicar livros sempre foi um sonho distante. conhecer tanta gente que me ajudou nesse processo, muitas delas ídolos pra mim desde a adolescência, foi muito recompensador. que venha muito mais pela frente.
lúcia
em 2016, quando publiquei meu segundo livro - "todas as entrevistas da lado a discos", a primeira coisa que pensei foi colocá-lo à venda numa livraria, foi quando soube que necessitava do ISBN. algumas livrarias oferecem esse serviço ao autor, mas cobram por isso, então, pensei: paguei tudo, design, editoração, impressão, só não paguei a revisão, por que inviabilizaria o projeto (eu mesma fiz) e ainda tenho que pagar para vender? deixa que eu mesma vendo! e depois, seria somente o status de ter um livro à venda numa grande livraria, por que elas pegariam em consignação, apenas um ou dois exemplares.
trezentos exemplares pode parecer pouco, mas é muito, principalmente se você é independente, ou seja, sem editora. eu imprimiria menos, mas as gráficas, em geral, não rodam poucos exemplares. outra questão que interfere, é que, quanto menos exemplares você imprime, mais caro fica. a diferença entre cem e trezentos exemplares era mínima, então, optei por trezentos.
assim que as vendas começaram notei outra questão, o preço. não poderia vender meu livro por um valor acima do mercado, o consumidor não entende, que você é independente, logo, não haveria lucro. pensei: preciso, ao menos, retirar o dinheiro investido. eu tinha uma lista de potenciais clientes e comecei as vendas, um a um. além das vendas no varejo, pensei numa estratégia atacadista, ofereci exemplares de cortesia para universidades e colégios públicos, mas não fui bem recebida. soube ali, que conseguir espaço para falar do meu trabalho, em qualquer lugar que fosse, não era tão simples e resolvi ficar apenas com o varejo.
as coisas pioraram, notei com o passar dos primeiros meses que não conseguiria repor sequer o dinheiro investido. não queria que o meu livro encalhasse, precisava escoar a impressão de um jeito ou de outro, foi aí que descobri que trezentos exemplares era muito. meu objetivo dali pra frente seria dar fim ao estoque, ficando somente com a reserva técnica. as cortesias aumentaram, mas havia sempre uma venda ou outra, a maioria pelo messenger. próximo de completar quatro anos do lançamento (que ocorreu em setembro de 2016), o estoque chega ao fim.
os ganhos foram maiores em marketing e sedimentação da marca, nesse período fui convidada para quatro entrevistas para falar do livro, três em rádio e uma no you tube. são elas: para margot brasil (rádio mundo livre - fm) em 05. dez. 16; para neri da rosa (mutante rádio - web) em 05. fev. 17; para juana dobro (rádio cultura - am) em 29.jan. 20 e para titânia trentin (O+ produções - vídeo) 02.fev. 20.
chego ao fim do processo de vendas realizada. quero deixar meus agradecimentos a todos que compraram, divulgaram, deram feedback e me convidaram para falar sobre o meu trabalho nos meios de comunicação. sou uma menina simples, escrever e publicar livros sempre foi um sonho distante. conhecer tanta gente que me ajudou nesse processo, muitas delas ídolos pra mim desde a adolescência, foi muito recompensador. que venha muito mais pela frente.
lúcia
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