1 - fale um pouco sobre seu início na música, primeiras lembranças, bandas e sua decisão de tocar bateria.
minhas primeiras lembranças são da música clássica, puccini (1858 - 1924), vivaldi (1678 - 1741), mozart (1756 - 1791) e assim vai. minha mãe sempre colocava música clássica no aparelho da sala pra gente dormir, passei a adorar. anos e anos depois, a mãe contou pra mim e pros meus irmãos que botava música pra não ouvirmos ela transar com o pai hahahaha, enfim...
depois veio aquele boom do rock no brasil, começo dos oitenta, começa a ter vários shows, inclusive em rio grande (cidade do litoral sul do rio grande do sul). em 1985 teve um festival com várias bandas gaúchas, aí eu e o emerson (irmão de glauco - guitarrista) já havíamos enlouquecido com a ideia de montar uma banda punk, ele já estudava violão fazia um tempo, eu tinha começado com o acordeom, o rock me fez abandonar e partir pro baixo e depois voz. encontramos um amigo, marcus ferrari, que queria fazer as baterias e montamos o "ataque epilético", punk e hardcore, ai nunca mais largamos a música.
a decisão de tocar bateria veio logo depois, quando o emerson montou a "puberdade", banda mais anos 50 e 60, com influência também do TNT e cascavelletes (importantes bandas do rock gaúcho). o baterista saiu e resolvi me atirar. fazia um tempo que eu treinava sozinho, depois deles ensaiarem, daí nunca mais larguei as baquetas.
2 - qual foi sua trajetória até chegar a AlterModerns?
tantos projetos e trabalhos até aqui... bom, em 1994 eu e o emerson decidimos partir para a capital - porto alegre e tentar a sorte, deu certo! acabamos por morar juntos, tocar, compor e gravar a "sétima efervescência" (primeiro álbum solo do júpiter maçã, gravado em 1996) com o flávio basso (1968 - 2015), mais conhecido, atualmente, por júpiter maçã, que viria a ser considerado um dos grandes álbuns da música psicodélica mundial.
posteriormente mudamos para curitiba, toquei em vários projetos de rock e muito, muito blues, baterias que mais amo fazer, chicago rules!! junto com o emerson tive o prazer de acompanhar grandes nomes nacionais e internacionais do blues. mudei para são paulo onde também toquei bastante, depois rio de janeiro onde toquei com o "de falla" (outra banda com papel decisivo no rock gaúcho), que estava por lá, muita sorte ser convidado pelo gênio maluco edu K (vocalista do "de falla") para participar dessa banda gigante!
acompahei o serguei (1933 - 2019, lendário nome do rock nacional), na época em que toquei com o "iggy e os traidores" (banda de apoio para serguei - que desenvolvia carreira própria) de londrina, muito rock 'n' roll na cidade marabichosa. voltei a curitiba onde gravei o primeiro álbum de escambau (banda de rock curitibana - glauco se refere ao álbum: "acontece nas melhores famílias" de 2009). rio de janeiro novamente, montei a banda "turba", lançamos o álbum "desassossego" (2014), gravei três músicas na trilha do filme "tim maia" (filme de 2014 dirigido por mauro lima - com robson nunes e babu santana no papel de tim maia), etc...resolvi começar a tocar violão pra fazer um troco nos bares, pois a vida não estava fácil, pra baterista então...ahahahaha.
minha mãe se foi (maria ilma caruso - falecida em 2017) e tive que voltar a curitiba. com meus irmãos (emerson e giovanni), montamos os "irmãos caruso", um power trio e gravamos seis sons (2017). depois parti pra itália e já estava cansado de tocar violão sem um acompanhamento de bateria, ai entrou a ananda kuhn, que é artista plástica, mas já tinha uma noção de bateria e uma pegada forte, assim criamos o "moldy couple".
tocamos bastante na itália, gravamos um EP em italiano de garagera (rock de garagem), depois mudamos pra swansea (país de gales - reino unido), convidados pelo carlão britpop para fazer um show com, nada mais, nada menos que o vocal do inspiral carpets (importante banda de manchester - inglaterra, fundada em 1983) tom hingley e também com barry sutton, guitarra e voz do The La's (banda de liverpool - inglaterra que lançou um único disco, hoje considerado clássico, em 1990).
depois disso mudamos para bristol (cidade a sudoeste da inglaterra) e tivemos a sorte de um selo ir ao nosso show e curtir. como o "moldy couple" era nosso show de tributos 60's em versões trash garage, resolvemos mudar o nome para AlterModerns, algo mais artístico, até porque no meio do show apresentamos vídeo arte, temos o projeto para a ananda pintar no palco, em meio a improvisos psycho, essas coisas. acabamos de lançar nosso primeiro single em solo britânico "day off" e em janeiro sai o novo single "she's not yours". por enquanto é isso... ah! estou participando na voz de um som de uma banda japonesa, música eletrônica, quando sair aviso.
3 - qual a origem do nome "AlterModerns", o que quer dizer?
AlterModerns, Tate Gallery, arte... quem quiser saber o que é e por quê? que entre na nossa página (no facebook) e descubra! ahahaha
4 - como foi o período de convivência com o flávio basso (1968 - 2015) e ter contribuído para a gravação da "a sétima efervescência", do jupiter maçã - na lista dos 100 maiores discos da música brasileira.
bom, desde sempre fomos fãs do TNT, cascavelletes, graforréia xilarmônica, replicantes... (todas bandas clássicas do rock gaúcho). quando decidimos ir para a capital (porto alegre), acabou que ele foi morar conosco, um sonho maluco, parecia mentira. assim, passamos a ensaiar e criar sete dias por semana, regados a café e conhaque, muito conhaque. o final triunfante foi "a sétima efervescência" (lançado em 1997) intergaláctica". trocávamos, sempre muitas ideias nos intervalos da cerveja, literatura marginal, música, cinema, foi um aprendizado, como tudo na vida é! foi mágico.
5 - e a decisão de ir para europa? como estão as coisas aí em bristol?
decidimos partir para europa por diferentes motivos. futuro sombrio no brasil, a nuvem negra estava sobre nossas cabeças, conhecer artistas e ideias velhas e novas, buscar e poder criar algo maior com liberdade e independência. tentar me entender e poder vagar mostrando minha arte.
veja o clipe de "day off" na página oficial da AlternModerns em facebook/AlternModerns. ouça abaixo "chove no rio" com a "turba" - 2014.
Maravilha! Faltou falar dos Parkas Verdes que montou comigo quando veio morar em Curitiba, banda mod até o osso e que nunca gravou nada por ser um bando de arruaceiros.
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