1) Como começou sua relação com a música?
Minha relação com a música começou cedo. Aos 6 anos eu já estudava piano e teoria musical. Minha mãe tocava piano e, naquela época, não tinha muita escolha em relação a isso, estudar piano fazia parte da educação. Assim como meu avô tocava violão e flauta, minha família era musical. Nos reuníamos para tocar e cantar juntos. Era muito bom! Minha madrinha era compositora e fez músicas para novela com os arranjos do Waltel Branco. A música era muito presente no dia a dia, erudita, bossa nova, jazz e música italiana, que era a predileta do meu pai.
2) E a sua relação com a moda? Alguma inspiração especial?
A minha inspiração com a moda veio da minha mãe. Ela era uma mulher muito elegante. Naquele tempo, ela tinha um estilista que criava modelos de roupas, bolsas e sapatos. Ela procurava a exclusividade e acabava buscando esse conceito do exclusivo comigo e com a minha irmã, buscando modelos fora da cidade onde morávamos. Hoje não é mais assim, repetir é chique e sustentável. A minha moda é autêntica, tem a minha personalidade.
3) Fale um pouco sobre a sua carreira e discografia para os leitores que não conhecem seu trabalho.
Eu resisti em fazer um disco por muito tempo. Já havia participado de outros 3 discos de autores daqui. Eu sempre achava que não era a hora pra fazer o meu e que nunca estava pronta. Finalmente, em 2017, após um encontro com a cantora Flora Purim e seu companheiro, o percussionista Airto Moreira, decidi gravar o meu primeiro álbum. A minha inspiração foi a Flora e seu repertório. Em 2021 entramos em estúdio para gravar o meu primeiro álbum com o nome "O canto é o chamado pra viver", trecho da letra de Tunai e Milton Nascimento.
4) Como foi o processo de composição e gravação do seu álbum "O canto é o chamado pra viver" e como foi gravar com Airto Moreira e Flora Purim?
A minha admiração pela Flora Purim não é de agora, há mais de 35 anos acompanho sua carreira. Felizmente ela veio morar aqui em Curitiba e eu tive a oportunidade de conhecê-la. O disco aconteceu de uma maneira surpreendente, pois a iniciativa foi da própria Flora. Um dia, eu perguntei a ela sobre fazer um show em sua homenagem e recebi a resposta: “primeiro temos que gravar um disco e depois fazer o show".
A partir daí o processo de seleção levou quase a pandemia toda. A ideia era unir músicas que marcaram a trajetória da cantora e influenciaram na minha. Unir músicos que tocaram com ela por mais de 3 décadas e tocam comigo aqui. Fizemos alguns ajustes no repertório, a vontade era enorme de fazer um álbum duplo e foi bem difícil escolher 12 faixas.
Lançamos um single "Beijo partido" (Toninho Horta). No repertório do disco estão músicas de Milton Nascimento, Toninho Horta, José (Pires de Almeida) Neto, parceiro da Flora, que veio especialmente dos Estados Unidos para participar do disco produzindo também 2 faixas, as quais de sua autoria, entre outros compositores. Fizemos a captação, mix e master na Gramofone+. A direção musical foi da Flora Purim. Convidei pessoas que eu admiro muito e me acompanham já por muito tempo: Glauco Sölter (baixo), Mario Conde (guitarra), Endrigo Bettega (bateria), Márcio Rosa (percussão), Derico Sciotti (sax e flauta), Filó Machado (voz e violão) e, dos Estados Unidos, José Neto (guitarras), Celso Alberti (bateria), Dan Robbins (baixo), Gary Meek (piano e sax), Airto Moreira (percussão e bateria) e Davi Sartori (piano e arranjos).
Ouça Cristina El Tarran com "Primeira Estrela":
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