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História perdida

Vande e Zé Vieira, dupla sertaneja formada em Curitiba, início dos anos 80.

O pagode sertanejo foi inventado por Tião Carreiro (1934 - 1993) na Rádio Cultura de Maringá - PR em 1959. Tião Carreiro foi um dos maiores violeiros do Brasil e influenciou muitos músicos sertanejos pelo país, entre eles meu pai biológico - conhecido como Zé Vieira. Tive pouco contato com ele, fui adotada perto dos dez anos e não lembro de tê-lo visto tocar. Fui valorizar e respeitar os músicos sertanejos já na idade adulta, principalmente com os violeiros Almir Sater (1956), Renato Andrade (1932 - 2005) e Roberto Corrêa (1957) que tive o privilégio de conhecer pessoalmente.

Em algum momento percebi que meu pai biológico fazia um trabalho parecido com os violeiros citados, mas seu trabalho não aparecia em lugar algum. Como sempre fui curiosa e preocupada com a preservação da memória, fiz algumas pesquisas por conta própria. Zé Vieira nasceu em 1947 em Boquira interior da Bahia e teve uma carreira com apenas dois discos lançados. O primeiro deles, uma coletânea de duplas sertanejas lançada em vinil em 1982 - "Encontro Sertanejo Estado Divido". Na época não morava mais com ele, mas surpreendentemente descobri que o disco foi prensado por um selo da Universal Music. O outro é um CD que se chama "Terra Abençoada", lançado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul em 2003.

Coletânea "Encontro Sertanejo Estado Dividido" com sua primeira dupla "Vande e Zé Vieira" (c/boinas) Universal Music 1982.

CD "Terra Abençoada" - Zé Vieira e Zeninha (atual esposa) Fundação de Cultura do MS - 2003.

Como já disse, perdi contato com meu pai biológico ainda na infância, mas em 2003, época do lançamento do seu segundo disco recebi uma cópia do álbum e guardei a carta que ele enviou dando notícias.

Ouça "Festival de Inverno" com Zé Vieira e Zeninha.

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