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Moacir Santos - um músico pouco compreendido no seu tempo

a flautista Andrea Ernest Dias com seu livro "Moacir Santos ou Os caminhos de um músico brasileiro". foto: lúcia porto

A primeira vez que ouvi falar em Moacir Santos foi no início dos anos 2000. Apareceu na Vinyl Club (lendária loja de discos da cidade) um exemplar do primeiro disco do compositor - "Coisas", lançado em 1965 pelo selo Forma, foi a única vez que vi um original em mãos, que valia uma pequena fortuna. O pouco que fiquei sabendo na época era que ele fora um músico pouco compreendido no seu tempo, lançara um disco inovador e só. 

Em 2006 soube do seu falecimento, uma nota aqui, outra ali e não muito mais. Fiquei sabendo que tinha ido embora do Brasil e feito carreira nos Estado Unidos, por isso havia pouca coisa sobre ele por aqui. Fazia uma mistura de raízes africanas com MPB + Jazz + uma renovação harmônica pouco estudada no Brasil. A moça da foto é a flautista Andrea Ernest Dias autora do livro "Moacir Santos ou Os caminhos de um músico brasileiro". Ela veio para a 34ª Oficina de Música de Curitiba (07 a 27 de Janeiro de 2016) promover o livro e tive a oportunidade de conversar com ela. 

O livro é uma tese de doutorado que ela adaptou para publicação. Em sua fala disse que Moacir deu aulas para muita gente da Bossa Nova como Baden Powell, Nara Leão e Roberto Menescal e mais tarde fez a vida como professor e compositor na Califórnia. Andrea participou como flautista da gravação do CD Ouro Negro de 2001 que recriava o disco "Coisas" e foi aí que ela tomou contato a música de Moacir.

Há uma edição da extinta revista BIZZ especial - que lista os 100 maiores shows no Brasil em todos os tempos, o show que apresentou Ouro Negro está entre os 100, com a participação de Moacir, em 2005. Andrea aparece ao lado do compositor e maestro que veio a falecer no ano seguinte. Também em 2005 Andrea participou da gravação do disco "Choros e Alegria" com músicas de Moacir nunca antes gravadas, foi o último trabalho do compositor lançado em vida. 

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