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LadoA Discos Premium entrevista Mark Cleverson

1 - Fale um pouco sobre seu início na música, primeiras lembranças, bandas e sua decisão de tocar guitarra.

O início dos estudos musicais foi em fevereiro de 1990. Meu primeiro professor de música foi o Sr. Orlando. Me lembro que desde o começo eu dizia que queria aprender guitarra elétrica. Minha primeira guitarra foi uma Jennifer! Depois tive uma Les Paul Golden, uma Ibanez, e assim fui evoluindo. Depois de aprender os primeiros acordes na guitarra entrei numa Escola de Música e fiz curso de violão clássico. Já sabia ler partituras, tinha aprendido sozinho. Terminei o curso clássico em tempo recorde. Em 1993 comecei a acompanhar com violão o Grupo de Flautas do CEFET - PR (atual UTFPR) , pois era o único violonista que sabia ler partituras. Com esse grupo realizei várias turnês pelo interior do Paraná. Toquei em todas as unidades do CEFET no estado. Nesse grupo me especializei em MPB, chorinho, bossa nova e bolero. Esses foram meus primeiros passos na música.

2 - Qual foi sua trajetória até chegar a Tiki Moondog?

Em 1994 montamos uma banda e começamos a tocar profissionalmente, recebendo cachês, em pequenos bares no bairro Barreirinha em Curitiba. Iniciamos tocando covers de pop rock, mas a vontade de fazer músicas autorais era mais forte. Então decidi montar uma banda de ska com composições próprias, depois que algumas formações com músicos dos bairro não deram certo, decidi procurar outros horizontes. Como novas alternativas para o meu desenvolvimento musical, em 1994 comecei a estudar violino, que junto com a guitarra são minhas grandes paixões. Nessa mesma época tinha me formado em eletrônica no CEFET, não aprendi nada, mesmo estudando muito e a duras penas me formei. Em 1996 entrei no Curso de Licenciatura em Música na UFPR, na universidade conheci outros músicos e artistas e começamos uma banda chamada Stanley Dix. No início era uma banda de ska, seguindo a ideia que vinha trabalhando há algum tempo. Mas depois de ouvir "misirlou" com Dick Dale e assistir ao filme Pulp Fiction, decidimos mudar para outra pegada: a surf music instrumental. Esse foi o começo da minha trajetória nesse estilo musical, o ano era 1997. Com a Stanley Dix compus vários temas instrumentais e lançamos fitas cassetes, 2 álbuns e 1 EP. Porém o grande salto na minha carreira musical foi conhecer o Lino's Bar, a minha amiga e colega de faculdade Regina Walger, hoje proprietária do bar Lado B, foi quem me apresentou o Sr. Antônio José Lino. Nesse bar conheci toda a “tabajarada” da cidade: artistas, músicos, poetas, e todo tipo de “doidera locão” que se possa imaginar! Me sentia em casa! 

Em 2001, a Stanley Dix já estava sem se apresentar pela cidade, então junto com Mr. X, Ricardo Cox e Marcus Coelho (todos frequentadores assíduos do Lino's Bar) iniciamos a Maremotos. Foi outro salto na minha trajetória, pois começamos a lotar vários bares da cidade e a tocar fora de Curitiba, principalmente Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte. Tocamos em diversos festivais pelo Brasil, com destaque ao Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe, hoje considerado o festival de surf music mais longevo do mundo, está na 20ª edição. Com a Maremotos lançamos 3 álbuns. Então em 2008/2009 o Mr. X ficou doente e veio a falecer e junto com ele terminou a Maremotos. Mas continuamos a tocar surf music em trio com a Hellfishes. Mas a partir de 2010, agenda da Hillbilly Rawhide, outra banda em que toco violino, começou a ficar muito intensa. Vários shows pelo Brasil e também turnês pela Europa. Por isso tivemos que deixar a Hellfishes em stand by, a banda não acabou, mas está parada. Com a Hellfishes lançamos 1 álbum, pela Tó Records, do Norberto Pie. Depois de sete anos sem tocar surf music, a vontade de fazer músicas com guitarra instrumental falou mais forte e iniciei a banda Tiki Moondog em fevereiro de 2017. Vários detalhes podem ter escapado nesse relato, mas de forma resumida essa foi a minha trajetória até chegar no momento presente com a Tiki Moondog.

3 - Qual a origem do nome "Tiki Moondog", o que quer dizer?

Tiki é a carranca havaiana, considerado o primeiro humano a habitar nosso planeta e Moondog seria “cachorro lunático” em tradução livre.

4 - Como foi o processo de composição até chegar as oito faixas que compõe o disco da Tiki Moondog?

Todos os dias fico cantarolando melodias, mesmo que mentalmente, é o meu jeito de viver a vida e passar o tempo, algumas dessas melodias viram músicas. Depois que componho os temas, escrevo em partituras todo o arranjo musical, com baixo, bateria e guitarras, assim surgiu o disco da Tiki Moondog: tinha 14 músicas escritas, escolhi 6 novas e acrescentei mais duas regravações da banda Stanley Dix e Hellfishes. Tenho mais 8 músicas pra lançar em um novo álbum, em breve.

5 - Quantas e quais guitarras, amplificadores, pedais e efeitos você usou na gravação do disco?

No momento tenho duas guitarras, uma fender stratocaster americana, que usei pra gravar a guitarra solo e uma epiphone semi-acústica que usei pra gravar a guitarra base. O único efeito que uso é o reverb, no talo!! TWANG!!! O amplificador que usei foi um peavey bandit que tenho desde 1997. Gravei o contrabaixo também, com um gianinni 1977 que eu tenho. A bateria foi gravada pelo Juliano Cocktail e o álbum foi produzido pelo Marcus Coelho, que hoje toca contrabaixo na banda.

6 - Quais os planos e projetos para o futuro?

Fazer música, viver de música e principalmente viver a música. “Sem música a vida seria um erro!”

7 - Mark, fique à vontade para fazer suas últimas considerações, deixar contatos, agenda, redes sociais e o que mais achar necessário.

Primeiramente agradecer à Lúcia Porto, que foi baixista na primeira formação da Stanley Dix e ao blog da LadoA Discos pela oportunidade de poder contar um pouco da minha história com a música e com o underground de Curitiba. Gostaria também de agradecer a todos os músicos, além dos nomes já citados acima, que tocaram comigo em todos esses anos: André Manolo, Klaus Koti, Patrick Gomes, Joca Pelebrói, Joe Ferriday, RHS, Ricardo Nóbrega e tantos outros, me perdoe se esqueci alguém. Agradecer ao Lino's Bar, pois sem o Antônio Lino não seria o "locão tabajara" que sou hoje e à todos os produtores musicais e divulgadores da cena musical que me apoiaram em todo esse tempo! Obrigado! 

Quem quiser conhecer mais sobre a Tiki Moondog pode nos encontrar no Instagram, Facebook e também ouvir as músicas nos streaming: Spotify, Deezer, etc e ainda nos acompanhar no nosso canal no Youtube. Agendas de shows e contatos são encontrados na nossa página no Facebook

Valeu! Let´s Rock'n'Roll!

Veja Mark Cleverson com a Tiki Moondog em Neptune's Trident.

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