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Mostrando postagens de julho, 2015

Lado A Discos Premium entrevista o multi - instrumentista Marcelo Pereira

1 – Como começou a sua relação com a música? A minha família sempre foi muito ligada em música, meus tios e primos tocam violão e tal... Mas nunca teve ninguém que fosse profissional da música, mas eu sentia ao meu redor que eles amavam a música mesmo.  Durante a minha infância e adolescência, meu irmão mais velho tive uma coleção de vinil grande que era basicamente os clássicos do rock anos 70 . Coleções completas do Led Zeppelin , Deep Purple , Yes , etc... E muitos discos de MPB também, Alceu Valença , Chico , Raul , rock nacional anos setenta, etc... E ainda tinha uma assinatura da saudosa revista Bizz , que naqueles tempos sem internet, era o principal veículo de informação de rock/pop do Brasil.  Então eu tinha sorte de poder ler sobre música na revista e consultar o acervo de discos em casa.  Nessa época já fui arranhando um violão, aprendendo uns acordes sozinho com aquelas revistinhas “Coro de Cordas” , que eram vendidas nas bancas. Tamb...

O Som do vinil em livro

          Foto: Diego Kloss (De volta para o vinil) Comecei a comprar discos em 1989, a minha geração foi a última a vivenciar o auge do vinil, a partir de 1996 as fábricas no Brasil foram fechando (sobrando apenas uma) e o CD tomou conta do mercado.  O vinil só não desapareceu por dois fatores, os sebos e os colecionadores - a partir de então se criou um mercado paralelo que sobrevive até hoje. Encontrei Charles Gavin pessoalmente por duas vezes, uma no início dos anos 2000 em uma Feira de Vinil em São Paulo e outra em 2013 em um sebo em Curitiba . Conversamos amenidades nos dois encontros, no entanto, na última vez ele estava procurando um título do Emílio Santiago . Eu sabia que ele vinha trabalhando com um programa para o Canal Brasil chamado O Som do Vinil . O Som do Vinil é um programa que está no ar desde 2007 onde Charles investiga a produção e os bastidores de discos emblemáticos para a Música Brasileira em geral com ...

Elis vive

Elis Regina Nada será como antes Júlio Maria - Master Books 2015 O bêbado e a Equilibrista deve ter sido a primeira música que ouvi da Elis , uma canção de João Bosco  e Aldir Blanc lançada por ela em 1979 no álbum "Essa Mulher" . Volta e meia eu cantava sozinho "Caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos..." sem saber muito bem o que aqueles versos significavam... Eu achava poético. É provável que isso tenha acontecido na passagem da infância para a adolescência. O nome da Elis ficou forte pra mim quando cursei a Pós em Fundamentos da MPB (2002 -2004) ao desenvolver uma pesquisa sobre A Informação Rock na Música Popular Brasileira  - um conceito que retirei do artigo  Rock com Banana da jornalista Ana Maria Bahiana . O artigo era uma xerox (feita por uma ex namorada) de um livro raro e fora de catálogo chamado Nada será como antes - MPB nos anos 70  publicado pela Ana em 1979 (o livro foi relançado...

Lado A Discos Premium entrevista Marina Camargo

1 – Quando você começou na música você foi direto para o acordeom ou passou por algum outro instrumento? Eu comecei tocando acordeom aos 12 anos. Minha avó é acordeonista, então tive uma influência. Lembro de minha avó ter me dado um pequeno acordeom, de 12 baixos, e eu ficava ouvindo os vinis de música gaúcha e tentando acompanhar.  Mas a minha maior influência foi o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) que eu frequentava. Ali tive toda a minha iniciação musical, aprendi a dançar, desenvolvi meu senso rítmico e também onde comecei a tocar acordeom. Num dia a diretora do CTG chegou pra mim e disse “tem um concurso de acordeom feminino no próximo festival, porque você não participa?”. Aí eu disse, “mas eu não toco acordeom”, e ela respondeu “mas porque você não aprende?”. O detalhe é que o concurso era dali a 3 meses. Então eu topei o desafio! Fui fazer aulas com um professor particular e comecei a aprender. Acabei participando do concurso e ganhando! Então o iní...

Os riscos de se conhecer uma banda (ou cantor) apenas de passagem

Em 30 de abril desse ano faleceu  Ben E. King  cantor de soul dos anos 60 mais conhecido como primeiro intérprete de  “Stand by me”  aos 76 anos. Um site brasileiro noticiou a morte do bluesman  B.B. King  de 89 anos que para azar do jornalista  também estava doente.  Ninguém que conhecesse realmente o trabalho de B.B. King o confundiria com Ben E. King . Essa confusão só acontece com alguém que os conhecia de ouvir falar.  B.B. King faleceu poucos dias depois, em 15 de maio. *       *       * Quando os Rolling Stones completaram 50 anos  li uma matéria em um jornal conhecido onde o jornalista falava do lançamento de um DVD e citou os integrantes e seus respectivos instrumentos, colocando Ron Wood no baixo . O raciocínio fazia sentido, se Mick Jagger era vocalista, Keith Richards - guitarrista e Charlie Watts - baterista, Ron Wood só poderia ser o baixista.  O problema...

Paixão tardia

Queria escrever um poema sobre paixão, traduzir um sentimento que me vem de tempos em tempos por alguém que muitas vezes não está. Já fui melhor em poesia, mas o tempo passou e fui perdendo o jeito não por que quis, mas por que a vida é assim, Elis. Não sei se é tão bonito assim, não sei se você gostaria, provavelmente não. Talvez dissesse que fosse coisa de menina, não de Elis, Elis mulher, Elis Regina. Mas não consegui não me apaixonar, talvez seja meio adolescente e se apague feito giz, aquele que eu faria um coração e com ele escrevesse Elis. Se eu fosse mulher, queria me chamar Beatriz como aquela da música, sabe? Mas em todo caso se não pudesse, também poderia ser Elis.