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Elis vive


Elis Regina
Nada será como antes
Júlio Maria - Master Books 2015

O bêbado e a Equilibrista deve ter sido a primeira música que ouvi da Elis, uma canção de João Bosco e Aldir Blanc lançada por ela em 1979 no álbum "Essa Mulher". Volta e meia eu cantava sozinho "Caía a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos..." sem saber muito bem o que aqueles versos significavam... Eu achava poético. É provável que isso tenha acontecido na passagem da infância para a adolescência.

O nome da Elis ficou forte pra mim quando cursei a Pós em Fundamentos da MPB (2002 -2004) ao desenvolver uma pesquisa sobre A Informação Rock na Música Popular Brasileira - um conceito que retirei do artigo Rock com Banana da jornalista Ana Maria Bahiana. O artigo era uma xerox (feita por uma ex namorada) de um livro raro e fora de catálogo chamado Nada será como antes - MPB nos anos 70 publicado pela Ana em 1979 (o livro foi relançado em 2006).

O fato dessa nova biografia da Elis ter o mesmo nome do livro da Ana Maria me chamou a atenção, além disso, o prefácio é assinado por Zuza Homem de Mello que tive o privilégio de encontrar pessoalmente em janeiro desse ano. Comprei.

Minha paixão pela Elis foi crescendo a medida que o livro avançava. É uma narrativa forte e sem rodeios. É a história de uma mulher decidida, mas também humana e falível, como todos nós, acredito eu.

Biografias são sempre um desafio. Júlio Maria fez uma pesquisa extensa e conduziu a narrativa com elegância, mas fez escolhas questionáveis ao citar assuntos no mínimo desconfortáveis. Mas a vida é assim, se biografias são a história de uma vida o que se pode dizer é que ela não é fácil pra ninguém. Fico com a imagem da Elis alegre e divertida. Como diz o grafite que li no twitter da Maria - Elis vive.

p.s. Nada será como antes é uma canção de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos gravada por Elis em 1972.


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