Eu tinha 13 anos quando Clementina de Jesus morreu, infelizmente na época não soube nada a seu respeito. Sabia por cima sobre Clara Nunes e a Portela, mas estava fascinado pelo mundo do rock e só fui me interessar pelo samba no início dos anos 90 já aluno do antigo 2º Grau através do sambista de Vila Isabel, Noel Rosa.
Ler "Quelé, A Voz da Cor - A Biografia de Clementina de Jesus" me fez voltar no tempo e olhar para o nascimento do samba. Clementina frequentava a Casa da Tia Ciata na Praça Onze no Rio de Janeiro de onde saiu "Pelo Telefone", o primeiro samba gravado em 1917.
Em 1998 quando fui para Vitória - ES pela universidade ouvi pela primeira vez "Marinheiro só", me bateu uma saudade que não soube explicar. Lendo a biografia da Clementina soube que "Marinheiro Só", atribuída a Caetano Veloso, na verdade é um samba de roda tradicional do Recôncavo baiano. Caetano o recolheu e foi o primeiro a gravar. Mais tarde ele deu o samba para Clementina e ela o gravou no disco de mesmo nome em 1973. Na percussão está Naná Vasconcelos.
Outra que ouvi foi uma cantiga que misturava vários versos de cirandas, entre elas: casa de farinha e pedra do teu anel, os versos citavam a cirandeira Lia de Itamaracá. Quem recolheu essas cirandas foi a cantora e compositora Teca Calanzans gravando-as pela primeira vez em 1963. Teca nasceu em Vitória e atualmente mora na França. Lia voltou a ficar em evidência em 1998 por causa do Festival Abril Pro Rock e é considerada na biografia como sucessora de Clementina. Lia de Itamaracá está com 73 anos e Teca com 76. Sem elas boa parte da cultura negra no Brasil provavelmente teria desaparecido.
Outra que ouvi foi uma cantiga que misturava vários versos de cirandas, entre elas: casa de farinha e pedra do teu anel, os versos citavam a cirandeira Lia de Itamaracá. Quem recolheu essas cirandas foi a cantora e compositora Teca Calanzans gravando-as pela primeira vez em 1963. Teca nasceu em Vitória e atualmente mora na França. Lia voltou a ficar em evidência em 1998 por causa do Festival Abril Pro Rock e é considerada na biografia como sucessora de Clementina. Lia de Itamaracá está com 73 anos e Teca com 76. Sem elas boa parte da cultura negra no Brasil provavelmente teria desaparecido.
Biografia escrita a quatro mãos por Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz é uma leitura emocionante. Fala das raízes da música negra, peça fundamental para se entender a formação do que chamamos Música Popular Brasileira. Compre o livro e leia, vale a pena.
Comentários
Postar um comentário