Foto: Milton Michida/Folhapress
Em 1999 o Okotô veio fazer um show em Curitiba e nós da Stanley Dix fomos escalados para abrir a apresentação da banda. Era um show importante (ligado ao skate feminino), pois o Okotô era uma banda com discos lançados, numa época em que lançar discos não era assim tão simples, ainda mais para bandas do chamado underground. Lembro pouco do show, vi a apresentação deles mas não me recordo de ter falado com a Cherry. Depois o pessoal da banda veio falar comigo, nós iríamos à São Paulo, no final do ano, tocar em um local chamado Hangar 110.
O Hangar 110 era uma casa de shows que havia aberto há pouco tempo, mas com o passar dos anos tornou-se um dos palcos mais emblemáticos do rock underground brasileiro, onde tocaram Ratos de Porão, CPM 22, NX Zero entre outras bandas, além dos escoceses The Exploited. Foi a primeira e única vez que viajei para tocar com uma banda de rock e confesso que ter tocado no Hangar 110 foi um privilégio e tanto.
A casa estava lotada, era um evento que reunia várias bandas e além de mostrarmos nossas músicas, levamos uma revista em quadrinhos, o Almanaque Entropya. Era uma publicação independente que além do vocalista RHS, tinha a participação de nomes importantes dos quadrinhos de Curitiba, como, José Aguiar, Antônio Éder e Clayton. Nessa revista havia também meus primeiros contos publicados.
Ficamos com o privilégio de fechar a noite mas, a medida que as bandas foram se apresentando, o público foi diminuindo. Quando subimos ao palco havia apenas dois skatistas de público e os funcionários da casa, entre eles a Cherry.
Depois disso a Stanley Dix não durou muito. RHS (vocais e trompete) tornou-se um importante artista plástico, Mark Cleverson (guitarra) fundou o Maremotos, depois o Hillbilly Rawhide e o Hangar 110 fechou as portas, definitivamente, em dezembro de 2017.
Cherry Taketani liderou as bandas Okotô e Hellsakura e fez parte da Nervochaos. Faleceu em dezembro de 2017 aos 47 anos.
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