A primeira coisa que notei quando me propus a tocar Beatriz (Edu Lobo / Chico Buarque) no arranjo do violonista Marco Pereira foi a afinação, ele baixou a sexta corda MI para RÉ. Esse tipo de habilidade pode parecer simples para quem está acostumado, mas é necessário alguma experiência e também explicações (aulas) sobre outros tipos de afinação, e isso leva tempo. Outro aspecto que percebi foi que o arranjo era difícil e eu teria que adaptar algumas passagens.
A medida que fui aprendendo os acordes e a melodia tive o cuidado de ir repetindo dia a dia o que tinha aprendido, se a gente não repetir há o risco de esquecer trechos inteiros e também vale para depois que a gente aprende a música, mas isso é outro assunto. Em determinado momento tive um problema, a melodia de Beatriz não é fácil de guardar e mesmo conhecendo a música há anos estava me perdendo e não sabia onde me encontrava,
Talvez inconscientemente eu tenha pensado que Beatriz lembrasse as Fugas de Bach e essas peças do compositor alemão se encontram apenas no final. Eu estava perto de desistir de Beatriz, algumas músicas podem complicar e desistir abriria espaço para eu tentar tocar outra música, mas antes de desistir optei por fazer um mapa. Era uma maneira de tentar saber exatamente onde eu havia me perdido e quais caminhos ainda teria que percorrer, dependendo do mapa poderia decidir se desistia ou não.
Para fazer esse mapa tive que recorrer a conhecimentos que adquiri na Graduação, nas aulas de Análise Musical. Fiz uma análise ampla e percebi que havia me perdido na parte B da música, o mapa me ajudou a perceber que faltava pouco, porque a sequência da música era repetições de trechos que eu já havia tirado (com a ajuda do meu professor). Depois fiquei pensando que se não tivesse feito a Graduação talvez desistisse de Beatriz. Pouco depois ela estava pronta, era só juntar os trechos. Esse processo durou 1 mês.
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