Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2016

Realizações

Ter publicado um livro , é de certa maneira, uma realização . Mesmo já tendo publicado antes um trabalho da Pós - "A informação Rock na MPB" , monografias em geral, são praticamente "trabalhos escolares". "Todas as entrevistas da Lado A Discos" acaba sendo meu primeiro trabalho profissional. É interessante por que poderia ter escrito sobre vários assuntos, as resenhas que fiz para jornal, os shows que assisti, a experiência como professor de música na escola pública, as bandas das quais fiz parte, enfim. No entanto, optei por tentar entender como outras pessoas fizeram o que tentei fazer. Foi uma maneira de não me sentir tão solitário nesse caminho. O trabalho que tenho desenvolvido está muito ligado a escrita. Venho buscando espaço desde os tempos da Graduação e apesar das dificuldades cheguei ao primeiro livro . É motivo pra comemoração . A gente pode pensar em um monte de coisas, que o brasileiro não lê, que ninguém ganha dinheiro com liv...

Boxe, uma quase paixão

Cena do filme "Menina de Ouro" . Não sei como começar, talvez pela infância quando tive algumas lições de um velho boxeador que era nosso vizinho de muro ou quem sabe pela primeira vez que vi "Rocky, um lutador" na TV, a verdade é que o boxe quase tornou-se uma paixão. Mas daí veio a música e as coisas mudaram de rumo... Fui uma criança meio briguenta, mas que apanhava... Uma vez no 2º Grau , um cara me deu um soco no nariz e passei a noite no hospital, mas foi uma tentativa de assalto...  Meu interesse pelo boxe voltou quando apareceu o filme "Menina de Ouro" em 2004. Mais tarde soube que o filme tinha sido baseado em uma coletânea de contos de um autor desconhecido chamado F.X. Toole . Comprei o livro em 2005 que no Brasil também se chamou "Menina de Ouro" , fiquei tão empolgado que escrevi um conto sobre boxe que posteriormente publiquei por conta própria, mas que infelizmente não guardei nenhum exemplar. Comecei a ler na épo...

Havana Moon (Rolling Stones em Cuba)

Cuba é um assunto que levanta opiniões apaixonadas. Na adolescência eu andava com uma camiseta do Che e toda minha formação política vinha de andar com o pessoal do Grêmio Estudantil , então Cuba pra mim era sinônimo de resistência. Tenho respeito por Che e toda a sua história, mas em algum momento no início da idade adulta percebi que ele tinha sido uma figura controversa e a verdade era que eu sabia pouco do que realmente acontecia em Cuba administrada por Fidel . O problema com Cuba era mais sério do que aquele menino nascido no sul do Brasil , filho de pais nordestinos poderia imaginar. Havia um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde 1960 que fez a Ilha parar no tempo. Em 1998 uma professora da universidade me falou do documentário Buena Vista Social Club  que estava no cinema. Na época soube que Ry Cooder guitarrista norte americano e produtor do disco teve problemas dentro dos Estados Unidos por causa do embargo econômico a ...

Zizi Possi (Per amore)

Per amore lançado pela Zizi em 1997 é um disco que tem um pé na ópera , quer dizer, no canto lírico por que ópera é outra coisa... Mas você entendeu o que eu quis dizer. Ela tem uma influência erudita e estudou composição e regência na UFBA (Universidade Federal da Bahia), sem concluir. É o trabalho que ouço mais próximo do  canto lírico .  Eu não gosto de ópera , de canto lírico em geral, mas respeito quem gosta. No meu caso é ignorância mesmo, sei pouco sobre o assunto, o básico do básico. Ópera é uma história, é a junção do teatro com a música , é mais ou menos isso, cheia de personagens e tudo mais. Per amore  não é uma ópera mas é estruturado mais ou menos como se fosse. Zizi é descendente de italianos de Nápoles  e o disco é uma homenagem aos seus antepassados que vieram para o Brasil como imigrantes .  As gravações são todas em italiano e as canções napolitanas escolhidas para o álbum mais ou menos descrevem as agruras dos imigrantes...

Noite de autógrafos

Foto: Osvaldo Vanguarda A literatura me iludiu menos que a música . Ali pelos 18 anos , época de decidir o que fazer da vida, considerei seriamente tornar - me escritor profissional. Mas quando soube que apenas dois escritores brasileiros tinham vivido de direitos autorais no país, desisti. Os dois eram Érico Veríssimo e Jorge Amado . No início dos anos 90 Paulo Coelho ainda não era o fenômeno que é hoje e eu sabia pouco sobre João Ubaldo Ribeiro . Na minha inocência acreditei que a música tinha mais mercado e por ela segui. Demorou para eu perceber que apesar da minha formação "superior" com Pós Graduação , não havia exatamente um mercado para o que eu fazia. Obviamente que deveria ter ficado no meu cargo de professor , conquistado a duras penas, do que ficar me aventurando por aí. Mas a verdade é que havia alguma coisa errada e não vinha me sentindo a vontade desde o primeiro dia que entrei numa sala de aula . Pensei: quer saber? Vou dar o fora daqui! N...