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Noite de autógrafos

Foto: Osvaldo Vanguarda

A literatura me iludiu menos que a música. Ali pelos 18 anos, época de decidir o que fazer da vida, considerei seriamente tornar - me escritor profissional. Mas quando soube que apenas dois escritores brasileiros tinham vivido de direitos autorais no país, desisti. Os dois eram Érico Veríssimo e Jorge Amado. No início dos anos 90 Paulo Coelho ainda não era o fenômeno que é hoje e eu sabia pouco sobre João Ubaldo Ribeiro. Na minha inocência acreditei que a música tinha mais mercado e por ela segui.

Demorou para eu perceber que apesar da minha formação "superior" com Pós Graduação, não havia exatamente um mercado para o que eu fazia. Obviamente que deveria ter ficado no meu cargo de professor, conquistado a duras penas, do que ficar me aventurando por aí. Mas a verdade é que havia alguma coisa errada e não vinha me sentindo a vontade desde o primeiro dia que entrei numa sala de aula. Pensei: quer saber? Vou dar o fora daqui! Não sem arrependimentos.

Mas aprendi algumas lições sobre a vida: tudo tem um lado bom e um lado ruim, depende da maneira como olhamos. É sempre assim. E não posso ficar me lamentando até por que se estivesse tudo bem, teria ficado, mas dinheiro não compra certas coisas, por que se comprasse, seria professor até hoje, mas isso é outra história.

Eu não ia fazer um lançamento. Meus planos eram fazer a correria e tentar vender o máximo de livros possíveis. Minha maior preocupação é que a tiragem encalhasse, quem já lançou trabalhos independentes sabe do que estou falando. Mas ao mesmo tempo, não faria sentido publicar um trabalho sem um lançamento oficial.

Comecei a trabalhar para que o evento acontecesse e para minha satisfação alguns amigos compraram a ideia. Amigos, empresários, artistas, leitores, divulgação simples e sem pretensões. Curiosamente no dia do lançamento estava calmo porque conhecia todas as pessoas, então era só curtir o momento. O pessoal foi aparecendo e a conversa foi animada, autografei os exemplares e fomos fazendo fotos naturalmente. A banda fez uma boa jam session tocando clássicos do rock. Para um escritor que nunca tinha feito lançamentos me senti prestigiado.

Jardel Simões (bateria) e Renato Ximú (violão e voz) durante a jam session.

Amandio Galvão (guitarra), Roni Mueller (baixo)
e Jardel Simões (bateria) durante a jam session.

Por fim, cabe mais uma vez agradecimentos ao Harvest Folk Bar e a quem compareceu e prestigiou o evento. Nos vemos por aí. Sempre.


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