detalhe do livro: leve a sério o que ela diz.
nunca imaginei que um dia fosse participar de um livro em que o assunto fosse eu, ou pelo menos, que parte do assunto fosse eu. não estou acostumada com esse tratamento, sempre me senti esquecida, até por mim mesma. essa experiência de vida me fez acreditar que eu não tivesse valor, até hoje tenho dificuldades em levar várias coisas sobre mim, a sério. enlouqueci, a verdade é essa. precisei ser internada numa clínica psiquiátrica e ao sair de lá teria que retomar a vida que deixei aqui fora de maneira mais assertiva.
sempre fui mulher em um corpo de homem e decidi que todos saberiam, para além, mudaria meu nome para o feminino - lúcia. não sei se alguém me levou a sério, mas pra mim era questão de vida ou morte. a disforia de gênero para mim é uma questão sine qua non, no entanto, havia outros problemas bastante profundos.
a homossexualidade só foi retirada do cid (classificação estatística internacional) do quadro de "doenças" mentais em 1990, no entanto, os "transtornos de identidade de gênero" só foram retirados do quadro 28 anos depois, em 18 de junho de 2018. o supremo tribunal federal (stf) brasileiro já havia autorizado a troca de nome em documentos de cidadãos transgêneros, poucos meses antes, em 01 de março. em 18 de outubro de 2019 fiz a alteração de nome e gênero na minha certidão de nascimento, e em 19 de novembro consegui minha nova identidade.
a ideia da isabella lanave, fotógrafa e autora do livro, é abrir espaço para a discussão sobre "saúde mental". fotografou várias pessoas durante dois anos e uma delas, fui eu.
aceitei fazer, depois de muitas conversas com a terapeuta, mais o carinho e respeito com que fui tratada pela isa, porém, fiz questão que meu violão aparecesse. não sou exatamente uma musicista bem sucedida, mesmo me graduando em música e tocando há mais de trinta anos, no entanto, o interesse e a curiosidade sobre a arte dos sons me tirou do buraco várias vezes.
tivemos duas conversas, uma em um café, outra em um banco de praça, até decidirmos, o quê, e como fazer. tínhamos a ideia do violão, uma make leve e um figurino, que ainda seria decidido e optamos por realizar o ensaio na casa dela.
o ensaio em si, foi um momento leve e descontraído, um domingo em que tivemos um almoço típico de família. a saia foi emprestada pela isa e o blazer, pela dani, a responsável pela make. foram realizadas quase cem fotos para que chegássemos ao take que vai ilustrar o livro.
por fim, a isa realizou uma exposição no último dia 03 de março, na galeria ponto de fuga - aqui em curitiba, com alguns retratos dos fotografados para o projeto. a exposição marcou o início da campanha de financiamento coletivo para a impressão do livro.
sempre fui mulher em um corpo de homem e decidi que todos saberiam, para além, mudaria meu nome para o feminino - lúcia. não sei se alguém me levou a sério, mas pra mim era questão de vida ou morte. a disforia de gênero para mim é uma questão sine qua non, no entanto, havia outros problemas bastante profundos.
a homossexualidade só foi retirada do cid (classificação estatística internacional) do quadro de "doenças" mentais em 1990, no entanto, os "transtornos de identidade de gênero" só foram retirados do quadro 28 anos depois, em 18 de junho de 2018. o supremo tribunal federal (stf) brasileiro já havia autorizado a troca de nome em documentos de cidadãos transgêneros, poucos meses antes, em 01 de março. em 18 de outubro de 2019 fiz a alteração de nome e gênero na minha certidão de nascimento, e em 19 de novembro consegui minha nova identidade.
a ideia da isabella lanave, fotógrafa e autora do livro, é abrir espaço para a discussão sobre "saúde mental". fotografou várias pessoas durante dois anos e uma delas, fui eu.
foto escolhida para me representar.
tivemos duas conversas, uma em um café, outra em um banco de praça, até decidirmos, o quê, e como fazer. tínhamos a ideia do violão, uma make leve e um figurino, que ainda seria decidido e optamos por realizar o ensaio na casa dela.
o ensaio em si, foi um momento leve e descontraído, um domingo em que tivemos um almoço típico de família. a saia foi emprestada pela isa e o blazer, pela dani, a responsável pela make. foram realizadas quase cem fotos para que chegássemos ao take que vai ilustrar o livro.
uma das fotos do ensaio.
detalhe da exposição: leve a sério o que ela diz.
comecei a dialogar com a isa em agosto do ano passado (2019) e cada dia temos nos tornado grandes amigas.
isabella lanave e lúcia porto.
abaixo o vídeo promocional da campanha:
obrigada.
lúcia
obrigada.
lúcia
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